terça-feira, 3 de maio de 2011

Gracias a la Vida!

Mais um ano se passou. Mais um ano chegou.

Já ouvi uma história de que de sete em sete anos o ser humano renova seu ciclo. Quando escutei isso, de imediato eu não concordei. Mas foi só pensar um pouco e vi que comigo essa idéia se encaixa. Os meus 21 anos, foi o ano mais produtivo, mais forte, mais consciente, mais reflexivo e mais amoroso de minha vida. Muitas vezes eu me vi aos avessos. Me surpreendi comigo inúmeras vezes. Comecei de fato a me realizar com a psicologia e ter a consciência de tudo o que eu posso com ela, e eu posso muito. Redescobri meu corpo. Redescobri o gosto das comidas. Comecei a capoeira. Estudei fotografia. Viajei, viajei, viajei.
E agora, eles se foram.
Ontem de noite, antes de dormir, tomei um susto quando senti a necessidade irrecuperável de me despedir dos meus 21 anos. É estranho não ter mais essa idade, já é saudoso ter passado por ele.
21 anos, foi um ano de passagem. O meu rito de passagem. Agora eu estou maior, já posso mais coisas e devo mais coisas pro mundo, pras pessoas. E como todo rito de passagem, foi também doloroso, minha pele descamou e eu, sem aceitar, voltei no caminho várias vezes pra catá-la. Hoje eu percebo, os pedaços tinham que ficar lá, voltar pra terra.
Com outra pele, eu começo a ter 22 anos nessa Terra. E como todo começo, grande parte minha ainda está lá atrás. E hoje, várias vezes eu percorri em imagens, aqueles caminhos passados. Re-senti o não, os sim, o adeus, as saudades, as vitórias, os re-começos, os choros, os abraços, as despedidas. Eu re-senti, mais uma vez, o Amor.
E aqui estou. De pele nova, ainda desbotada, em algumas partes cicatrizando, em outras firmes e regeneradas, outras intactas como pele de bebê. E com essa pele, com essas marcas eu sigo.
Eu continuo. Eu continuo...
Eu reafimo: nada passa. Aqui dentro tudo fica. As minhas memórias não acessadas, minhas células, matéria-energia. Está tudo aqui, nesse Eu-espaço-sem-fim.
Eu vivo essa Vida que me foi dada. Vivo essa família, esses amigos, esse Amor, esse corpo que sou eu. Vivo essa Terra, esse novo século, esse ano, esse dia, esse único eterno - o agora.
Eu quero a Vida com tudo o que ela me traz. Como um copo de suco, eu bebo o sumo, a espuma e os caroços. Tudo o que me for dado, eu vivo. Eu ando, eu vejo, eu respiro, eu corro, eu abraço, eu choro, eu grito, eu destruo, eu re-construo, eu tropeço, eu levanto, eu... Vivo.
Com esse corpo que me acompanha, com  essa alma que anima, com esse espírito que vivifica. Com minha mãe e meu pai e tudo o que eu sou, por eles.

Em Deus, em mim.

E, com meu Vovô Rai, eu verbalizo: Vence o Amor!

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