quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Imantados

Eu quero catar conchinhas, quero sujar os pés de areia e lamber meus dedos com o restinho de sal que o peixe deixou. Quero te ver cantando, te escutar falando, te ouvir calado. Quero aulinha, nossas criancinhas. Quero correr atrás do menino, quero riscar o chão com giz, quero ralar meus joelhos, quero subir no galho mais alto. Quero ser pura, quero te amar puro, quero sorrir puro. Quero sentir sua boca bebendo o Amor dos meus olhos, quero nosso enlace, quero nosso compasso, quero nossos passos. Quero cacau, cajá e lichia. Quero sons, cores, sabores. Quero silêncio, quero gargalhada. Quero nossa dança, nosso peito. Quero nosso ar, quero dividir, quero voar. Quero o amanhecer, o entardecer, o anoitecer. Quero encostar, escorregar, entrar, ficar. Quero nosso cheirinho. Quero calças coloridas, cordas de violão, batida de tambor. Quero jasmim. Quero nosso serzinho. Quero passarinho. Quero cair, tropeçar. Quero erguer, desatar. Quero cuidar. Quero crescer. Somos amar.
Paz.

Sonhos matinais



Parei, e me senti. Só veio o Amor. Mas não é qualquer Amor, agora eu falo desses que tomam o corpo e fazem dele a sua casa, melhor: o seu quarto. As suas portas, são os nossos pequenos poros, as janelas, são nossos olhos. A varanda, os caderninhos, a pele, os passarinhos, as crianças, as mãos dadas, a pureza, a verdade.

Eu ando deixando pegadas... é o Amor que escorre.


Meu Amor é manso, é forte, é suave, é .
Entre nós, há 18 anos. Entre nós há o nosso ar. Entre nós, não há nós.


"Respira comigo?", e depois disso, eu esqueci como é respirar só. 




Saint-Exupéry, em um dos seus livros, disse sobre as árvores:



"Plantada na terra por suas raízes, plantada nos astros por seus ramos, ela é o caminho da 


troca entre as estrelas e nós".



E como árvores, nós somos, quando amamos.