sexta-feira, 29 de julho de 2011

Minha escola

A minha escola é feita de coisinhas. São minhas palavrinhas, meus caderninhos, meus cheirinhos, minhas florzinhas, minhas musiquinhas, minhas poesiinhas.
São pequenininhas, às vezes quase pó. Às vezes quase ar. Muitas vezes, chá.
Lápis de cor.
Clarice, Fernando, Anais.
Folhinha entrando em minha unha, até quando consigo não abrir os olhos? Vou indo, vou indo, brinco de não enxergar.
A minha escola, são as perguntinhas.



Vc brinca de quê?
Vc segura minha mão pra eu não me perder?
Não pode na linha branca.
Se engolir o caroço, vai nascer uma árvore dentro de vc!
Não, elas não são de algodão.
Cuidado que aí é fundo!
Pode deixar, eu não vou apagar a luz...
Deita em meu colo, eu tô aqui, foi só um sonho.
Deixe que eu assopro. Não, não vai arder.
Eu te dei papel, por que parede não é lugar de tinta.
Calça os pés!
Chão de banheiro não é escorregadeira.
Tá bom, só mais essa vez.
Se eu balançar mais alto vc vai cair!
Olha pro lado esquerdo e depois olha pro lado direito, espra ficar vermelho.
Coloca tudo no baú, menina!
Não, Deus não é a mesma coisa que Jesus.
O segundo é menor que o minuto, depois vem o milésimo de segundo.
Ele vai voltar.
Bata na porta antes de entrar.
Segura no garfo direito.
Qual a palavrinha mágica?

Não sei, ninguém nunca me perguntou isso. Mas eu acho que é o que move a gente, dizem que Deus é isso.

Escola

São as coisinhas. São minhas palavrinhas, meus caderninhos, meus cheirinhos, minhas florzinhas, minhas musiquinhas, minhas poesiinhas.
São pequenininhas, às vezes quase pó. Às vezes quase ar. Muitas vezes, chá.
Lápis de cor.
Clarice, Fernando, Anais.
Folhinha entrando em minha unha, até quando consigo não abrir os olhos? Vou indo, vou indo, brinco de não enxergar.
Vc brinca de quê?
Vc segura minha mão pra eu não me perder?
Não pode na linha branca.
Se engolir o caroço, vai nascer uma árvore dentro de vc!
Não, elas não são de algodão.
Cuidado que aí é fundo!
Pode deixar, eu não vou apagar a luz...
Deita em meu colo, eu tô aqui, foi só um sonho.
Deixe que eu assopro. Não, não vai arder.
Eu te dei papel, por que parede não é lugar de tinta.
Calça os pés!
Chão de banheiro não é escorregadeira.
Tá bom, só mais essa vez.
Se eu balançar mais alto vc vai cair!
Olha pro lado esquerdo e depois olha pro lado direito, espra ficar vermelho.
Coloca tudo no baú, menina!
Não, Deus não é a mesma coisa que Jesus.
O segundo é menor que o minuto, depois vem o milésimo de segundo.
Ele vai voltar.
Bata na porta antes de entrar.
Segura no garfo direito.
Qual a palavrinha mágica?

Não sei, ninguém nunca me perguntou isso. Mas eu acho que é o que move a gente, dizem que Deus é isso.

No canto

Comi um milho, guardei em meu peito uma jasmim, vi um menino bonito no ponto de ônibus comendo biscoito, comi amendoim, tomei suco de cajá.
Não é isso que chamam Felicidade?
Eu tenho a impressão de que as maiores coisas que existem são sempre bem pertinho do coração e dos olhos. A beleza do mistério da Felicidade é justamente a existência desse sem-fim, sem-nome que buscamos todos os dias. Se paramos de correr, se paramos de respirar ofegantemente... eis que surge. Nos mais bonitos cantinhos.
No canto do seu sorriso, no canto do sofá, no canto do caderno, no canto da fotografia, no canto da palavra, no cnto do sol, no canto do passarinho.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Onidor

Dor foi feita pra proteger e pra doer.
Sobrevivi por conta dela e morro por ela.

E mesmo quando ela não está perto,
de longe ela grita:

"Ó eu aí, no buraco no peito!"