terça-feira, 7 de junho de 2011

Rendo-me.

Passei dias sem escrever aqui. Fui me guardando em pequenos papéis, que foram se perdendo e com eles foram pedacinhos meus. Sinto que meu ar estava em suspensão. Agora voltei a respirar.

Acho que estava me testando. Será vício, será pura necessidade de reflexão, catarse diária? Sedução do olhar do outro? Preciso mesmo escrever?


O tempo passou e cá estou eu, de novo. Como mulher que se separa do marido e deixa uma fresta da porta aberta. Hoje, arrombei a porta.

Hoje, não tive papel e caneta e me vi amputada, porque tudo escorreu pelos olhos e minhas mãos não sabiam o que fazer. Foi difícil ficar só com lágrimas, as mãos pareciam perdidas, tateavam em um escuro.

Minhas lágrimas foram de félicidade. Fé no Humano. Alegria que se transforma em água e sal e me molha.
Mas, elas não foram completas. Eu desejei tranformá-las em palavras, porque assim, poderia revisitá-las em algum momento futuro. Palavra é posto.

Por isso, voltei.

As palavras me deixam mais bonita. São elas que pintam meus dias, que tranformam cinza em verde. Enfeitam meus cabelos, pintam meus lábios, perfumam meu cheiro.

Me rendo à vc, Palavra. Lhe entrego minhas mãos. Faça delas o que sentir vontade. São suas.

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