domingo, 24 de outubro de 2010

Pergunta secular

"O nascimento de uma alma é coisa demorada..."

Não existe frase que resuma tão bem a maior dúvida minha, e talvez de toda humanidade.
Como vim me parar aqui, desde quando que eu existo. Foi rápido, eu nascer? Foi aos poucos... ou não era e passei a ser? Assim: não era --- passei a ser. Ou: não era --- fui sendo?
Essa pergunta me toma um tempo danado. Outras também ocupam um espaço em mim muito grande. E eu fico me enchendo de perguntas milenares... até minha tampa. Mas é bom. E o mundo nunca fica óbvio, e nunca é resumido em uma revista científica e nas respostas que me são dadas. Eu quero mais do que elas, eu quero a minha resposta. E uma resposta pra cada dia. Ter uma só também é chato.

Outra coisa que me deixa curiosa: quando eu for só espírito eu vou sentir falta do meu corpo? Esse corpo aqui me traz muita coisa boa e eu acho que vou sentir falta dele, do contato, da contemplação, de parar e sentir tudo pulsando cheio de Vida. Mas lá pode ser melhor, como falam. 6 sentidos, 7 sentidos, 8 sentidos. Haja espírito.
Essa é outra coisa que eu acho maravilhosa: estar Viva. Eu não sei se eu escolhi, não sei como que vim parar aqui... mas quando vejo meu corpo cicatrizando, sem eu escolher isso, eu fico abismada. Tá, existem explicaçoes biológicas e até simples de entender esse processo. Mas eu não tô falando disso. O que me deixa paralisada é que sinto que parece que tem uma coisa que quer que eu viva. Primeiro: por eu existir e segundo: por eu cicatrizar. Eu vim, existo e além disso, ainda continuo. Impressionante. Nossa Senhora, demais isso. Eu continuo. Estou continuando. Estou sendo... sendo... sendo... Fui. Sou. Continuo sendo.
Isso me lembrou uma coisa que disse: "Eu sou para além do que as formigas e minhocas comem". E é isso mesmo. Isso é um fato, por motivos que  posso explicar e principalmente pelas coisas que me fazem calar.

Ver essa ferida em meu pé cicatrizar sem eu mandar é lindo demais. Isso pra mim é tão bonito que me dá mais vontade de viver, porque o meu corpo quer viver. Que coisa linda.

" Gracias a la Vida! "

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