sexta-feira, 22 de outubro de 2010


Procuro despir-me do que aprendi.
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
e raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar minhas emoções verdadeiras.
Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro,
mas um animal humano que a natureza produziu.
Mas isso (triste de nós que trazemos a alma vestida!),
isso exige um estudo profundo,
uma aprendizagem de desaprender...
                                             (Alberto Caeiro)

Se eu estivesse em um programa sendo entrevistada e no final a entrevistadora perguntasse: "Vitória, uma frase, uma citação que vc goste", com toda minha certeza seria esse trecho de poema de Fernando Pessoa.
Me limpar do que me disseram que era viver, ser feliz ou ser triste. Me limpar dos desejos que não são meus. Daí, viver com um pouco mais de Verdade, um pouco mais de Realidade.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Adoreeeiiiii!!

    É exatamente quando não penso, quando sinto minha Presença.. É o poder do Agora!

    Acho que tem tudo a ver com isso. A mente e os pensamentos que acreditamos ser a gente é, em verdade, uma disfuncão da percepção, que nos impede de nos descobrirmos de fato, de Ser o Amor, a Consciência Pura consciente de si mesma, o Ponto Focal comum em todos, que se conecta a tudo.
    Lamento tanto não ter quem me avisasse disso quando era bem pequeno ou que o nosso sistema, ao invés de limitar e matar, direcionasse-nos a isso..
    Agora, tento desaprender e dispir-me das inúmeras camadas pra me descobrir, dia a dia, todos os dias.

    Enquanto isso, sou esse triste emaranhado de formas que crio e recrio, perdido nelas, em uma interminável busca pelo sentido de Ser..

    Beijo, Vic.
    Saudades!!

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  3. ô querido! fico feliz por se identificado.
    é amaranhado, perdido, interminável, mas é também bela, essa busca!
    :)

    vitoria

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