quinta-feira, 24 de março de 2011

Ode ao Insignificante

Com licença, Inignificante, o seu mal cheiro tomou o meu lugar
Com licença, Insignificante, sua idade é alta e seu preço é baixo
Com licença, Insignificante, os panos que te cobrem são farrapos e seus pés estão rachados de tanto andar
Com licença, Insignificante, o que vc diz? Não me interessa escutar
Com licença, Insignificante, a sua casa fica nas margens de onde eu moro e eu não quero te encontrar
Com licença, Insignificante, suas doenças criam filas e eu quero ultrapassar
Com licença, Insignificante, vc não tem cultura e nem é educado, não há o que conversar
Com licença, Insignificante, os seus dedos estão sujos do que vc chama de comida, favor não encostar
Com licença, Insignificante, vc é gente? eu te confundo com o meu lixo e suas cores se confundem com o asfalto e à noite fica difícil diferenciar
Com licença, Insignificante, eu não tenho mais centavos para dar
Com licença, Insignificante, vc insiste em incomodar


Com licença, Insignificante, eu posso tropeçar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário